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Zaire - Arte 4 - Coleção África/Zaire.

Escrito por ANTONIO PAULO DE AMORIM FERREIRA MORAES em 29/09/2015

 

- Em uma das expedições de pesquisa realizadas pelo Museu Americano de Historia Natural do Congo, promovidas no início do século 20, levou os pesquisadores a testemunharem um fértil florescimento nesse gênero de modelagem estatutária em cerâmica.

 

- Essa representativa jarra de vinho em terracota foi uma das formas eleita na modelagem  feitas pelos Mangbetus, habitantes do nordeste do Zaire.

- A peça retrata um momento do final do século 20 onde por exemplo, mulheres da tribo usavam ornar os cabelos como o representado nessa peça.     

 

- A julgar pela época e local esse jarro vai além de mero utensílio doméstico. Certamente deve ter sido um item de poder, inspirado por um sonho ou inspiração de um líder, um cacique que deveria então encomendar a éfige à um artesão daquela sociedade, detalhando que o jarro seria usado para servir vinho de palma a alguém de destacada posição. Um artigo de prestígio, distinta posição e necessariamente ritualístico.

 

- A moringa tem duas corporaturas demarcadas com requintes de detalhes finamente talhados.

- A perceptível surpresa se dá por dois aspectos, uma figura feminina que monta ao dorso de estranha criatura, uma mulher que mantém as pernas elevadas e bem apoiada e dominando a criatura sob rédeas. O ente gordo, abundante e farto, olha diretamente e atentamente aquele que será servido. O montado não é um animal identificado, não tem apoiado os pés ao chão e está pomposamente ornado e atado com a mulher. Uma anciã ? Um detalhe importante de se observer é que o ente é um ser ouvinte e lhe falará através do vinho que sairá de sua desmedida boca.

- A peça festivamente ornada demonstra os efeitos da animação alcoólica que será servida cerimoniosamente encerrando algum feito ou tratado.

        

A maioria de arte Mangbetu foi reservada para a classe dominante e era secular na natureza. Figuras de madeira são consideradas retratos ancestrais. Harpas e trombetas, que eram utilizados pelos músicos da corte eram freqüentemente adornadas com cabeças humanas esculpidas. Decorando tronos e facas, parte da regalia e status real.

Padrões lingüísticos indicam que o Mangbetu são provenientes do nordeste do Sudão. Como eles se mudaram para o sul encontraram migrações bantos que se deslocaram para o norte. Estabeleceram-se finalmente na sua terra natal atual no século 19, em uma área anteriormente ocupada pela Mbuti. O Mangbetu se misturou com as populações de pigmeus e bantus. No século 19 o Reino Mangbetu foi estabelecido sob Nabiembale e se tornou a força política dominante na região até 1880, quando sudanesas e traficantes de escravos islâmicos entraram na região, fragmentando o reino em sultanatos controlados por líderes muçulmanos. Quando os belgas chegaram, expulsaram os traficantes de escravos. Economia: Os Mangbetus que vivem na região subsistem da lavoura, pesca e caça. Inhame e banana são as principais culturas, e alguma pecuária é feito. Ao contrário de outros povos sudaneses, porém, entre os Mangbetu só os homens estão autorizados a fazer a ordenha. A pecuária é vista como um símbolo de riqueza e muitas vezes entram na compra da noivas. Quando o rei governava, ele mantinha o comércio e monopólio de cobre e marfim.

O nome Mangbetu se refere estritamente à aristocracia dirigente, que governou a região durante o século 19. O líder supremo herdou sua posição e controlada subreinos muitos em toda a região. Muitas vezes, ele nomeou seus parentes ou líderes subjugadas para atuar como seu porta-voz nessas aldeias. A maioria das pessoas que vivem na área não provém de linhagens Mangbetu, mas foram dominados por eles. Vilas individuais são estratificadas de acordo com as relações do povo para as linhagens fundadoras Mangbetu.

O deus criador Mangbetu é conhecido como Kilima ou Noro. Agora é um deus associado à água e era conhecido por tomar a forma de um animal que estava a ser temido. Eles também acreditavam que a alma humana poderia renascer como animais. A realeza Mangbetu exigiu que os seus antepassados fossem venerados. Espíritos Bad (Likundu) exigem ofertas punindo aqueles que às ignoram com doenças e desgraças. Estes espíritos podem ser direcionados a um indivíduo por bruxas. O trabalho do adivinho entre os Mangbetu frequentemente envolvidos descobrir e corrigir os trabalhos das bruxas. - (AR. 002 (LSO))

Mangbetu Terracota Vessel - AR.002 (LSO)

 

- A organização de exposições, palestras e conferências nos centro de estudos e pesquisas, nos museus de antropologia nos confrontam com traços culturais das tradições dos povos que por vezes nos arremetem a uma imersão em conhecimento dos mais gratificantes, nos elevam a um patamar de respeito e admiração da raça humana pela peculiaridade de superar desafios tremendos desses povos e criar o belo, o divino.

 

Mangbetu Terracota Vessel - AR.002 (LSO)
Origem: Zaire
Datação: de 1900 a 1940 
Dimensão: altura 18.3" (46.5cm) x largura 10.45" (26.5cm)
Coleção: África
Estilo: Mangbetu
Material: Terracota
 

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Comentários


Adelino da Silva Antunes diz: Comentario feito em 30/09/2015

Bom dia professor Paulo, obrigado por mais essa dádiva para nosso conhecimento.

Lidia diz: Comentario feito em 02/10/2015

O que esconde na beleza dessa arte e que não aparece é o domínio de uma técnica exigente de terracota

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